domingo, 11 de maio de 2008

2007.09.29 - Clube Literário do Porto - Apresentação do livro "Variações sobre tema de Vítor Matos e Sá: Invenção de Eros"

Nestas ocasiões, cumpre ao autor agradecer, em primeiro, a vossa presença nesta tarde de sábado, sem a qual este evento não faria sentido. Obrigado por trocarem o vosso merecido descanso pela poesia. Bem hajam por isso.

Devo, também, manifestar a minha profunda gratidão a quem apresentou este meu livro: o poeta Luís Monteiro da Cunha e a poetisa Ana Maria Costa.

Permitam-me uma menção especial à Ana Maria Costa porque foi ela o coração de toda esta organização, tornando um mero lançamento, se calhar monótono e enfadonho, num belo momento onde a poesia ganhou outra dimensão, corpo e voz.

Naturalmente, este agradecimento é extensivo a todos quantos com ela colaboraram: Carolina Rangel, Joana Afonso, Lígia Dias, Mónica Correia, Otília Costa, Rosa Silva, Altino Costa, Henrique Gil, Manuel Soares e Ruben Correia; que, solidariamente, nos brindaram com o seu talento.

Tenho, também, de mencionar dois camaradas de letras: Del Schimmelpfeng e José Félix.

O Del, que alia ao talento literário a mestria gráfica, e que, do outro lado do Atlântico, aceitou, mais uma vez, o desafio para a feitura da ilustração para a capa de um livro meu, gesto esse que dando o rosto ao tomo, simbolicamente o anuncia.

O Félix, pelo prefácio, onde, de uma forma concisa e sugestiva, com a sua leitura pessoal, convida o leitor à descoberta deste Variações.

Por fim, mas, como se costuma dizer, não por último, o Jorge Castelo Branco.

Devo aqui, publicamente, afirmar, embora não seja algo de novo, nem de estranho para quem acompanha o universo literário em Portugal, que não deve ser de ânimo leve que uma editora, nos dias que correm, aceita e arrisca a publicação de um livro, sobretudo de poesia, independentemente da sua qualidade.

Este “Variações sobre tema de Vítor Matos e Sá: Invenção de Eros” é, verdadeiramente, um risco assumido pela Edium Editores. A este autor, desde a primeira hora, nada foi cobrado, sequer insinuado. Estamos, pois, perante uma obra com chancela editorial real, de corpo inteiro, algo cada vez mais raro.

Como poeta, mas sobretudo como leitor, é bom saber que ainda há no segmento editorial quem rume contra a maré. Falta convencer, talvez a tarefa mais ingrata, mas é para isso que cá estamos, os restantes actores do mercado do livro da relevância da poesia como factor de enriquecimento, reinvenção, engradecimento, quase diria - numa altura em que muito se fala de globalização, federalismo, iberismo - de garante de um dos pilares fundamentais de soberania de um povo: a Língua.

Esta Língua que não sendo só nossa, também nos pertence e, positivamente, nos diferencia.

Sobretudo, convencer os livreiros. Que estes não recusem títulos só por serem de poesia e, o mais importante, não os escondam num recanto perdido das suas livrarias. Como se costuma dizer: o que está longe dos olhos, está longe do coração.

Não é, de facto, obra do acaso que Portugal se está a tornar num país de poetas... esquecidos de que Vítor Matos e Sá, autor do poema de onde este livro nasceu, é, sem dúvida, caso exemplar.

Para concluir, os meus votos, que já começam a ser tradicionais. Que este livro seja tudo o que o leitor entender: bom ou mau, mas nunca indiferente.

Muito obrigado.

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