sexta-feira, 1 de agosto de 2008

[Aguarda que em silêncio a palavra]

Aguarda que em silêncio a palavra
se erga e ganhe o seu corpo de sentido.
Ente alado nas vozes desprendido
num gesto libertário em que se abra

para a boca do mundo sendo lavra
secreta do poema que vivido
fora e nunca cantado. Não ferido
pelas asas do tempo como escrava

de corpo aberto ao dono, com o olhar
disperso pelo céu numa viagem
sem dor, nem sensação, em liberdade.

Nado, o poema é estrela, astro a errar
no ventre do silêncio. A voragem
de correr para a morte e ser verdade.

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