terça-feira, 15 de julho de 2008

[A pedra aguarda a mão do tempo]

A pedra aguarda a mão do tempo
o vento
o cinzel paciente
trabalhando
as arestas do verbo
a poesia

1 comentário:

Maria Alcoforado disse...

Entre os poemas postos em Julho, escolho este. E já que estamos a falar disso no meu blogue, dizem-me que é muito mais difícil fazer um bom verso livre do que um medido. Eu agora não diria mais difícil, diria mais exigente, mais exigente com os versos em que se encaixa. Tentei tirar mentalmente a palavra "verbo" do penúltimo verso e depois substituí-la, e o poema desmoronava-se no verso final. Há uma razão para isso. O ritmo. Portanto o ritmo colabora fortemente com o assunto do poema. Torna-se interno, potencializa-o por dentro, é como a própria respiração do poema, é a sua pulsação. E não me calo!