sábado, 5 de julho de 2008

A José Craveirinha

José traz a palavra qual semente
no ventre de seus olhos. Era no
branco solo da página que o po-
ema brotava. Verso a verso. Pétala
com o sol encantada, indagava a
luz. José admirava o subtil fio
de ouro que por magia se erguia em
cada verso. Por ele, subia. Hábil,
trepava na candura dos acordes
emanados. José aprendeu essa
música, a flor secreta. E quando o seu
olhar fechou, em suas mãos guardava
o aroma desta terra onde nascera
e as palavras da safra que colhera
e que nos dera em cântico de sonho.
De todas, as mais belas, essas tinha-as,
preciosas, bem junto ao coração:
Maria, Moçambique, Liberdade.

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