sábado, 24 de janeiro de 2009

[Pelas margens do Pó, está Lampetusa]

Pelas margens do Pó, está Lampetusa
Chorando a queda, a perda por Apolo
E Clímene sentida. O que recusa
Os seus olhos, reclama o seco solo,

Mas é Pó quem recebe em suas águas
As lágrimas por Fáeton choradas.
E em silêncio correm suas mágoas
Qual veleiro de velas desfraldadas

Em cujo ventre o vento desabita.
E se no rio Faéton caiu
Não foi no esquecimento, pois medita
Lampetusa que em pranto se sorriu:

De Júpiter, o poder não é maior,
Se lembrado é de quem se sente a dor.

Sem comentários: