segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

[O guardião do templo aguarda]

O guardião do templo aguarda
que da última pedra
reste somente a memória
como se cada palavra
de cada poema
a vida ganhasse
na voz de outrém

Ao sabor das sílabas
que os rios sussurram
ao sentirem o parto
da sua agonia
o mar
ele espera
que se edifique um novo sentido
um mistério sempre renovado
a cada instante
em cada momento
de um eterno caminho em demanda
da perfeição

Sente
por sob a sua pele
que a essência do universo
está no âmago
de cada átomo
de cada estrela
de cada galáxia
de cada palavra

Na construção do poema
sabe que indaga a impossível
comunicação
o respirar de cada verso
como se o sangue
da suprema linguagem
em cada fôlego
se pronunciasse

2 comentários:

Anónimo disse...

Boa Noite Xavier, é a primeira vez que visito seu blog e estou aqui feito uma estátua de pedra...rs...não sei qual linha de estudo vc pertence, mas gostei muito do simbolismo que encontrei em alguns textos seus. Vc me deixou com vontade de voltar e ler mais. Assim que puder retornarei e, se me permitir, fazer-lhe algumas perguntas. Adorei ler vc! Receba meu abraço fraterno.

Unknown disse...

Cara Helen de Rose,
Antes de tudo, obrigado pela visita e comentário. Sobre a questão que coloca, terei muito gosto em responder às suas perguntas. Este blogue serve exactamente para isso: para a crítica, para o debate. Daí não ter moderação de comentário.
Um beijo
Xavier Zarco