domingo, 18 de janeiro de 2009

[Observaste o mar lânguido e sereno]

Observaste o mar lânguido e sereno.
As ondas, em revolta, retorquindo
a dor do vento, bátegas ferindo
o dorso do azul prenhe de um pequeno

sonho, quase viagem rumo ao aceno
breve da espuma, em torno, desavindo,
de seu próprio corpo. Mas sentindo
esta tranquilidade de mar pleno,

criaste no olhar velas que, sedentes
de sopro, se estenderam por inteiro,
bebendo calmarias e sonharam

as fúrias passadas, mas ausentes,
agora, no momento em que ligeiro
as amarras se ergueram e se soltaram.

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