entravas
pelas arestas do fogo,
consumindo a memória das mãos
por sobre o ventre,
conjugando as palavras todas
pela gramática dos sentidos.
talvez
fosse somente um esboço de um desejo,
um frémito nos lábios,
a língua
como insecto tresloucado
contra a luz.
imagens que se projectam
na calvície do nada.
ou o verbo,
gesto preso ao palato do poema,
nado grito na boca do silêncio.
e aguardavas,
deixando o corpo na pedra
junto ao caminho.
só o pó
continuava o seu curso,
como rio seguindo o seu destino,
nas sandálias do vento.
o que restara,
ficara inscrito
na madeira do poente,
na sua caligrafia
matizada.
dilúvio
de imprecisas formas
com que acolhes o poema
e saúdas a partida,
a derradeira viagem,
o túnel
espiralado do olvido.
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