Como o rio que nasce, sonho o sal
O poema final por escrever
Na face desta pedra onde meu ser
Procura um corpo, uma alma ou um sinal.
Sei somente do instante deste vale
Que espera o sulco, a fenda a percorrer
Por esta água em fúria. Deter
Entre margens o corpo, o sonho, o sal.
Não sei por que adjectivo definir
Este rumor amargo, esta memória
Em que me deixo aqui dentro da estória
Que alguém, um dia, algures há-de vir
A escrever. Sei somente que sou rio,
Palavra que procura o sal que adio.
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